Entre os dias 23 e 25 de fevereiro, cerca de 65 indígenas se reuniram na Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, para participar do Fórum Kunhangue Ruvixa, evento que discutiu a luta e o protagonismo das mulheres indígenas Guarani.
Proposto pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), organização indígena que congrega coletivos do povo Guarani das regiões Sul e Sudeste do Brasil, o fórum contou com a presença de lideranças locais, jovens e representantes de aldeias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Encontro Guarani
A programação do evento envolveu debates e noites de fortalecimento espiritual na opy, casa de reza da comunidade, além de uma ação coletiva de plantio de sementes e mudas tradicionais.
Durante os três dias do fórum, as indígenas discutiram sobre o movimento das kunhangue (mulheres, em Guarani) e avaliaram os avanços e desafios encontrados na defesa dos direitos das mulheres dos povos originários dentro e fora das aldeias.
O evento terminou com o compartilhamento das preocupações das indígenas e ações previstas para o enfrentamento de violências contra as mulheres, bem como os próximos passos para o mbaraete das kunhangue (ou o fortalecimento das mulheres, em português).
“É uma luta que a gente vem trazendo de muitos anos e queremos cada vez mais fortalecer as mulheres e os jovens”, afirmou a liderança da Tekoa Guasu Guavira, de Guaíra, Vilma.
De acordo com Eloy Jacintho, indígena Guarani Nhandewa e uma das lideranças da retomada do Território Indígena de Piraquara, o fórum atua como fortalecedor de lideranças femininas. “O encontro traz justamente essa importância da mulher como liderança dentro das suas tekoas, dentro de seus territórios e comunidades. O objetivo é fazer com que elas tenham mais protagonismo nas suas demandas e modos de vida”, afirma.
Território Indígena de Piraquara
Esta é a primeira vez que o encontro acontece na Floresta Estadual Metropolitana, em Piraquara. A ideia de realizar o fórum na região, segundo Eloy, foi fortalecer o movimento de retomada do território.
Famílias indígenas das etnias Kaingang, Guarani M’bya, Guarani Nhandewa e Tukano vivem na região desde agosto de 2021. Em setembro daquele ano, a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná (Sedest-PR), por meio do Instituto Água e Terra (IAT), garantiu a permanência do grupo no Centro de Visitantes da Floresta Estadual – estrutura que conta com água e energia elétrica.
Eloy afirma que a retomada tem a finalidade de implementar no território o nhandereko, um modo de vida das populações indígenas que preza pelo cuidado e preservação da natureza. “Dentro das atividades do fórum também falamos sobre coletividade, plantio e trocas de sementes – tudo com base no nhandereko, para revitalizar e preservar nosso território.”
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