Na empresa Villa Peixes, os produtores instalaram oito tanques elevados, feitos em geomembrana, com capacidade para 40 mil litros de água cada um, e outros seis, que acumulam 100 mil litros. No total, são 920 metros quadrados de água, com previsão de produzir 60 quilos de peixe em cada metro quadrado. A maior produção será de tilápias, mas também haverá alguns exemplares de pintado, pirarucu e dourado.
“É um projeto inovador, que tem a pretensão de fazer a expansão da produção de várias espécies, especialmente tilápias, em tanques com controle de temperatura, com controle de qualidade de água, com alto desempenho”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele conheceu a propriedade nesta quarta-feira (10). “O sistema está bem desenhado, promete entregar bons resultados”.
O secretário iniciou conversas com o presidente da cooperativa Copasol Trentina, Fausto Katsumi Takemura, para estabelecer parceria e expandir o modelo, inclusive com a possibilidade de instalar frigorífico e uma linha de abate. “Estou surpreso com a alta tecnologia empregada e alta densidade de peixes por metro quadrado, prometendo bons resultados tanto na qualidade do produto quanto financeiro para quem está investindo no modelo”, afirmou Ortigara.
Por enquanto, apenas 315 alevinos de pintado foram colocados em um tanque, mas, a partir deste sábado (13), começa o povoamento com tilápias. Inicialmente, com 15 mil alevinos, mas com reforço de outros 20 mil já em dezembro. Os tanques elevados ficam em estufas com temperatura controlada entre 27/28°C. Para isso, a propriedade usa 100% de energia solar, o que garante economia de R$ 8 mil ao mês.
Segundo Edson Amaral, a percepção de que o setor alimentício foi um dos poucos a se salvarem durante a pandemia fez com que a família tornasse realidade o sonho construído há algum tempo. “Nós criamos este sistema superintensivo, em que o peixe não tem contato com terra, barro, nada que possa contaminar, e se desenvolve rápido”, disse.
No sistema tradicional, a despesca é feita entre oito ou nove meses. “Aqui consegue tirar tilápia de 900 gramas a 1 quilo com quatro ou cinco meses, então projetamos tirar 15 mil quilos de peixe vivo por mês”, afirmou.
O proprietário salientou, também, os aspectos de sustentabilidade. “O peixe é totalmente saudável porque você controla o ambiente, a água, a ração com 48% de proteína, a temperatura, tem um sistema com estufa e não agride o meio ambiente porque recircula toda a água”, disse. Para manter a qualidade da água, está sendo montado um laboratório de análises.
Merenda escolar – A água que enche os tanques foi retirada de cavas de areia da região de Curitiba. Uma nova troca será feita daqui a cinco anos. Até lá, passa por sistema de filtragem totalmente biológico, sem necessidade de ser recolocada em rios e nem no solo. “O pouco de água que sai do sistema com dejetos dos peixes vai servir para adubar o cultivo de morango que vamos fazer aqui”, adiantou o produtor.
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