O vigilante Vilmar Babio, de 38 anos, morador de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, teve em 2016 a oportunidade de representar a cidade na passagem da tocha olímpica do jogos, que ocorreram no Rio de Janeiro. Agora, quer usar a lembrança como uma forma de arrecadar 1.000 cestas básicas para ajudar pessoas carentes.
O corredor amador foi escolhido para levar a tocha pelas ações beneficentes que promove por meio do esporte.
Atualmente, trabalha como vigilante em uma empresa de Curitiba e, nas folgas, vende ovos na cidade metropolitana para complementar a renda. Foi justamente nas andanças pelos bairros mais humildes do município que percebeu as necessidades das famílias carentes.
"Eu não tenho uma vida fácil não, mas não quero arrecadar dinheiro para gastar, porque tem gente que precisa muito mais. A tocha está à disposição, não quero em espécie, quero 1.000 cestas básicas para distribuir às pessoas mais carentes. Quem me oferecer, leva a tocha autografada por atletas que ganharam medalhas nas Olimpíadas, como o goleiro Weverton, a atleta do vôlei de praia, Ágatha Rippel, e o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima", contou.
Não é a primeira vez
Não será a primeira vez que o corredor amador utiliza a tocha para ajudar quem precisa. Em 2017, colocou o objeto à venda, com intenção de adquirir oito cadeiras de rodas motorizadas, uma cama hospitalar e um aparelho auditivo para um recém-nascido.
O comprador, na época, desembolsou R$ 65 mil nos equipamentos para ajudar Babio, mas preferiu não ficar com a tocha.
“Eu percebo que tem muita gente disposta a ajudar, né? Eu fiz o leilão, ele decidiu pagar, mas não fez questão de ficar com a tocha. Olha como tem pessoas boas no mundo. Ajudamos uma família que precisava muito naquela época”, afirmou.
Vilmar Babio passou a promover ações beneficentes por meio do esporte depois da mudança que a corrida de rua proporcional na vida dele.
"Eu tinha mais de 100 kg e mudei a forma de levar a vida com a corrida. Acredito que o esporte é a melhor forma de ajudar as pessoas, no sentido de ser um agente de transformação. Eu tento fazer isso, para dar exemplo às pessoas", ponderou.
Além do leilão da tocha olímpica, o vigilante, em 2017, percorreu 210 quilômetros em quatros dias e passou por praticamente todos os bairros de Piraquara, com a intenção de ajudar no tratamento de crianças que necessitavam de tratamento médico especial.
Conseguiu arrecadar uma quantidade em dinheiro e, principalmente, mostrar às pessoas como é possível ajudar com atitudes simples.
Venceu a Covid-19
O ano de 2021, segundo Vilmar, foi de superação. Diagnosticado com a Covid-19 em abril, sentiu na pele as consequências causadas pelo vírus.
"Eu passei 20 dias internado e quase fui entubado, mesmo com histórico de atleta. Lutei até o fim para que não precisasse entubar e acabei me recuperando antes. Hoje, ainda não consigo correr como antes, como sequela da Covid, mas com certeza dou muito mais valor à vida e, o quanto puder, eu quero ajudar os outros", destacou o corredor.
Recuperado, o vigilante espera o contato de algum empresário ou rede de supermercado para fazer a troca das cestas pela tocha. Ele conta com o apoio da Prefeitura de Piraquara, que está ajudando na divulgação. Interessados devem ligar no Departamento de Comunicação da prefeitura: (41) 3590-3550.
G1 Paraná
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