quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Polícia comenta sobre áudios envolvendo rapto de crianças na Grande Curitiba

BOATOS
Polícia comenta sobre áudios envolvendo rapto de crianças na Grande Curitiba
Delegada destaca que nenhum boletim de ocorrência foi registrado

A onda de áudios no WhatsApp, falando de raptos de crianças, tem colocado pais e mães em pânico, nas últimas semanas. Mas, a Polícia Civil alerta que a grande maioria dos áudios é boato, ou informações que não configuram raptos ou sequestros, e por isto não há motivo para que os pais entrem em desespero, ou deixem de sair de casa ou realizar suas atividades rotineiras com os filhos.

Quem esclareceu o assunto, na tarde desta terça-feira (08), foi a delegada Iara Dechiche, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Ela alertou que não há nenhuma quadrilha de tráfico de crianças no Paraná. Atualmente, o Sicride investiga dois casos, porém de desaparecimentos. Mas também dá apoio à delegacia de Campo Largo, onde foi o único local no Paraná onde aconteceu, de fato, uma tentativa de rapto.

Com exceção de Campo Largo, a Polícia Civil não tem nenhum registro de rapto ou sequestro de crianças. O caso que ocorreu no trevo do Atuba, semana retrasada, ainda é tido como tentativa de furto a objetos do veículo da vítima.

Acompanhe abaixo:


Atrapalham

Os boatos, diz a delegada, atrapalham a investigação dos casos verídicos. “A gente acaba indo averiguar as informações que recebe, e que geralmente vêm de maneira informal, por Whats App, Facebook, etc., e acaba deixando de investigar os casos realmente graves, reais. Não sei por que fazer isso (colocar áudios e informações falsas nas redes sociais), pois elas viralizam, só pra causar pânico nas pessoas. E nenhum destes boatos se concretizou como real”, alerta a titular do Sicride.

Cuidados

O que os pais nunca devem deixar de fazer, aconselha a delegada, é de ficarem atentos aos filhos. “A família pode estar num parque, por exemplo, e a criança correr em direção a um lago, cair lá dentro e morrer afogado. Podem estar em algum lugar público e estar passando por ali também um maníaco, que pode estuprar e matar a criança. Ou estarem num zoológico, como já aconteceu, e a criança colocar a mão dentro de uma jaula e ter o braço arrancado por um leão. Então não é só por causa dos boatos de raptos que os pais têm que ficar atentos. Isso tem que acontecer sempre”, analisa Iara. 

Mudou a “configuração” dos sumiços

A delegada Iara Dechiche alerta que há muitos anos não existem mais casos de raptos e sequestros de crianças. Estas situações foram frequentes nas décadas de 80 e 90, quando os criminosos buscavam crianças para adoção internacional ou exploração sexual.

Hoje, o que é comum, são os desaparecimentos. As estatísticas mostram, diz a delegada, que há uma incidência grande de crianças que foram sozinhas para lagos, piscinas ou rios e morreram afogadas. Ou, no caso das maiores, foram para a casa de um amigo, de lá foram para outra casa, e para outro lugar, e a mãe só se dá conta do sumiço num enorme espaço de tempo depois. Ou seja, em boa parte dos casos, houve descuido dos pais. Ou então, há crianças que sobrem maus tratos ou abusos sexuais e decidem sair de casa.

Sentiu-se ameaçado? O que fazer?

Caso os pais sintam-se em alguma situação estranha ou de perigo, como alguém olhando demais a criança, tentando abordar, observando os pequenos de forma diferente, o ideal é chamar algum policial mais próximo imediatamente, seja um militar ou guarda municipal.

“Não espere que o suspeito vá embora. Chame a polícia para que o aborde de imediato. Pode ser um abusador, um maníaco sexual, um foragido da Justiça. Os policiais saberão como agir”, aconselha a delegada.

Ela inclusive alerta ao fato de que disseminar falsos crimes, de forma pública, também é um crime e dá cadeia. O Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) tem condições de rastrear o autor das mensagens e prendê-lo.

Já quem tiver informações relevantes e verdadeiras sobre casos de desaparecimentos de crianças pode passar as informações ao Sicride através dos telefones 3224-6822 ou pelo 181.

Fonte Tribuna do Paraná

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